Seja Benvindo ao Blog do Poetadaterra Poeta e Compositor; Clairton Buffon

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Fotos Assentammento 30 de Outubro Campos Novos- SC. Reforma Agrária também é beleza, é Natureza...

Fotos Assentammento 30 de Outubro Campos Novos- SC. Reforma Agrária também é beleza, é Natureza...
Local que Clairton Buffon é assentado

AOS AMIGOS, COMPANHEIROS, CAMARADAS

Aqui você faz parte, pois estamos constantemente ensinando e aprendendo

Sempre terá o novo amanhecer. Observe ele está no horizonte! Sonhe, acredite, lute, conquiste, mude

Sempre terá o novo amanhecer. Observe ele está no horizonte! Sonhe, acredite, lute, conquiste, mude
O amanhâ pertence a quem faz o novo amanhecer acontecer, disperta, levanta vai faça tua nova alvorada, ela será mais linda que as trevas

Ocupação do MST-SC nas terra da União cedidas ao exército em Papanduvas 15 de Abril de 2007



Quem e quais intereses o estado defende???

Impunidade... Carajás até quando???

Impunidade... Carajás até quando???
Fruto do capitalismo...sonho e vidas interompidas...

Querer trabalhar é crime! Matar a fome..homicidio é culpado!! Lutar pela Vida, o preço é a morte!!!

Querer trabalhar é crime! Matar a fome..homicidio é culpado!! Lutar pela Vida, o preço é a morte!!!
Impunidade até quando??? No dia 17 de Abril de 1996, 19 Sem Terras são Assassinados em Eldorado dos Carajás pela Policia no Estado Pará

quarta-feira, 17 de março de 2010

@= TRANSITO! GUERRA DAS ILUSÕES

Queria estar sonhando,
A história que estou contando,
Presenciei na vida real.
O que na vida foi construído,
Num instante está perdido,
Exclamou a mãe passando mal.

Encontrei o pai desesperado,
Antes que tenha perguntado,
Chorando ele me disse.
Aquele homem é meu filho! O Beto,
Daria-nos o primeiro neto,
E ao lado a esposa Clarice.

Nossos filhos e a única filhinha,
Tão linda e já uma moçinha,
Perderam as vidas muito jovens.
O namorado é aquele perto,
O outro de olho aberto,
O caçula conduzia o automóvel.

Perderam a vida neste acidente,
Fiquei eu e esposa doente,
Sem mais um filho junto.
Se colocarmos vela e uma cruz,
As velas substituem do sol a luz,
Acendendo uma cada defunto.

Das cruzes formaria uma mureta,
Ao longo da estrada preta,
Que carrega a cor do luto.
Quanta dor e quantos ais,
Se filhos ouvissem os pais,
Ninguém colhia esses frutos.

Falávamos com insistência,
Filhos não cometam imprudência,
Apenas nos olhavam e sorriam.
Sem habilitação e sinto,
Só aqui foram mais de cinco,
Tantos outros assim dirigiam.

Quantas mortes teriam evitado,
Se conduzissem com cuidado,
Respeitando indicações, leis e sinais.
Se pudessem voltar o passado,
Sem contar com mutilados,
E os que não veremos já mais.

Cada historia seriam diferentes,
Os motoristas mais conscientes,
Na estrada andariam educados.
Equipamentos necessários usariam,
Indicações e advertências respeitariam,
Com o sinto no banco amarado.

Se a placa quarenta por hora tem,
Não corriam mais de cem,
Naquela curva acentuada.
Tão pouco ultrapassava,
Sem visão aventurava,
Pra ouvir dos pneus a cantada.

Testar do carro a estabilidade,
Correndo alta velocidade,
No último cambio da caixa.
Pra não perder o embalo,
Passava todos os carros,
Sendo dupla ou continua a faixa.

No volante embriagado,
Menor e sem cuidado,
Resolveu provocar um racha.
Por que outros estavam vendo,
Cavalinho de pau saiu fazendo,
Na mão o litro de cachaça.

Jovens estavam gritando,
Aplausos incentivos assobiando,
Ele sentindo-se herói.
Rumo outra cidade acelerando,
Aos pais acabaram deixando.
A dor no peito corrói.

Eles partiram sem volta,
Minha maior revolta,
Quem pensa ser imortal.
Transito não é status, aparecia,
É falta de consciência,
Somos todos, frágeis igual.

O recado que vou deixar,
Depois não adianta chorar,
Vida não tem conserto.
Este desespero presenciado,
Daquele pai abalado,
Dos seis mortos que estavam perto.

http://poetadaterra.blogspot.com/
Clairton Buffon, Chapecó, 10 de Março de 2010.

@= AO COLONO E O MOTORISTA

Companheiros me dão licença,
Pois, preciso lhe falar,
A todos peço desculpas
e a vocês quero lembrar.
Hoje é um dia muito importante,
Para nós comemorar,
Ao colono e o motorista
Uma mensagem eu vou deixar.

Não sou nem um poeta,
Mas aproveitei a oportunidade.
Nesses versos mal rimados
falar pra toda a sociedade
aos que semeiam e cultivam os produtos
pra nossa alimentação
e a quem transporta a colheita
em qualquer canto da nação.

A você, que planta o trigo e a mandioca
Batata, arroz e feijão,
Soja, milho, laranja,
Verduras, frutas e algodão.
Industrializa a banha e a carne,
A erva o leite e o pão,
chapéu, queijo e ovos,
Açúcar, lenha, carvão.

Este roceiro que vive do chão
Tirando o fruto da terra,
Arando recostas com pedras,
Colhendo em vargens e serras.
Arriscando com as natureza
Granizos, enchentes e estiagem,
Sem contar das outras pragas,
E os intermediários que levam vantagem.

De teus braços saem muitos frutos,
E materiais diversificados,
Transformam os teus produtos,
Depois vão para o mercado.
Teu trabalho não é reconhecido
Pelos nossos governantes
E deixam também sem saída
Os trabalhadores ambulantes.

Esses são os motoristas,
Que vivem na estrada
Se emocionam na sida
E já ansiosos pra chegada,
Caminhoneiro de coragem
Mantendo a sua profissão
Se saudade fosse volume
Já dava a carga do caminhão.

Transporta produtos tóxicos,
Medicinais e de alimentação,
inflamáveis e engarrafados
materiais de construção.
Carrega eletrodoméstico,
Até mesmo confecções,
Em asfaltos, estrada de terra
Na cidade, roça ou sertão.

Distante de suas famílias,
Mais longos ficam os dias,
Lembra da esposa e filhos
E chora de alegria.
Abraçado no volante
Com muita presa de chegar,
Mas quando a carga é pesada
Não adianta acelerar.

Pedimos a São Cristóvão
Essas duas categorias abençoar,
São dependentes um do outro
Pra poder se sustentar.
O frete do caminhoneiro
Depende da safra da produção,
Devemos unir nossas forças
Pra mudar essa Nação.
Clairton Buffon, Quilombo- SC, Julho de 1996

@= Á VOCÊ MULHER!!!

Quero nesta data homenagear todas as mulheres,
Trabalhadora que a submissão não aceita.
Mulher que sonha, têm ideais e projetos pra sociedade.
Marco da luta travada pelas mulheres de consciência.
A aquela mulher que perdeu o filho,
Estendo minhas condolências.
A você mulher branca ou ruiva,
Índia, negra e mulata.
Mulher nova, madura ou idosa,
Alta, baixa, gorda e a magra.
Mulher solteira, amasiada ou casada,
Órfã, viúva, independente e a separada.
Mulher brasileira, latina ou de outro continente.
Determinada, ousada, torturada e a alienada.
Mulher aguerrida, inquilina ou faxineira,
Cigana, agricultora, gari e a enfermeira.
Mulher policial, operaria ou lavadeira,
Secretaria, desempregada, frentista e caminhoneira.
Mulher educadora, vendedora ou freira,
Cantora, aprendiz, comunicadora e padeira.
Mulher balconista, esportista ou costureira,
Motorista, pedestre e passageira.
Mulher liberta, dominada ou dependente,
Perfeita, mutilada e a deficiente.
Mulher que dota filhos, babá ou amamenta,
Fértil, grávida, a estéril e a enteada.
Mulher, mulher, mãe, filha ou avó,
Doente, alcoólatra, presa e a drogada.
Mulher anônima, calada, pacifica ou indignada,
Excluída, que luta, questiona e a acomodada.
Mulher que defende a vida e até doa a vida pela causa,
Que batalha em tribunas, ruas, praças, em juízo ou armada.
Mulher que passa fome, na miséria e a explorada,
Sem terra, comprometida, violentada e a favelada.
Mulher trabalhadora informal, empregada ou aposentada,
Sabia, a estudante, analfabeta, intelectual e a desorientada.
Mulher que sofre, camponesa, urbana ou descriminada,
Que ama, que odeia, ignorante, desequilibrada e a matada.
Mulher sem crenças, a religiosa, prostituta e a apaixonada.
Que ri, expõe seus sentimentos e chora emocionada.
Mulher cautelosa, espontânea, imediatista ou amedrontada.
Que ganha a vida, que vive e da vida procriada.
A mulher que acredita no possível, de uma nova alvorada,
És sempre mulher, no dia da mulher e em toda a jornada.
Parabéns, parabéns, parabéns a toda a mulherada...
Clairton Buffon, 08 de Março de 2010.

@= QUEM FOI QUE O ABANDONOU???

Sou uma anônima desconhecida,
E por muitos sou condenada!
Sem conhecerem a minha historia,
Pela sociedade estou sendo julgada!
Ainda antes que eu nascesse,
Pelo meu pai eu fui rejeitada!
Queria que mamãe me matasse,
Porque um filho ele não aceitava!

Minha mãe iludida na vida,
Pra longe de seus pais foi levada.
Como poderia ela voltar?
Por ser analfabeta nem trabalho encontrava!
Uma cidade grande e desconhecida,
Agora grávida e desamparada.
O que ela poderia deixar...
Pra esta filha que esperava?

A rua era a nossa família,
Um viaduto a nossa morada.
O cimento era nosso colchão,
E os jornais que nos esquentava.
Com os restos de quem comia,
Deles nós nos alimentava!
O mais importante que eu tinha,
Era a mãe que eu tanto amava.

Me lembro que o dia das crianças,
Por nós nunca foi comemorado.
Em busca de um presentinho,
Com 12 anos, este dia ficou marcado.
Todas as tardinhas eu via,
Com o alimento mamãe voltando,
Mal eu sabia que naquele dia...
Pra sempre eu fiquei esperando.

A mamãe nunca mais a vi,
E foi por outros que fiquei sabendo,
Atropelada por um caminhão,
Minha mãe acabou falecendo.
Sem eu ter pra onde ir,
O meu corpo estou vendendo.
Em um prostibulo da cidade,
Pra mim continuar sobrevivendo.

Igual a todas as adolescestes,
Também tenho o direito em sonhar...
Em um dia poder amar e ser amada,
E minha família também formar.
Mas pior de que uma mercadoria...
Só pagam é pra me usar!
Depois esquecem que eu existo,
E eu novamente fico só...a penar.

Sem o direito de ir á escola,
Em brincar e participar de lazer.
Muitos homens carrascos e nojentos,
Em troca do pão, comprar de mim o prazer.
Um filho eu fiquei esperando,
Sem o direito de escolher com quem...
Não conheço quem é o pai,
Fico então desamparada a sofrer.

Quando meu filho nasceu,
Senti grandes sentimentos de AMOR.
Ser mãe é a melhor coisa do mundo,
Que logo se transformou em dor.
Tiraram o filho dos meus braços!!!
Isso não se faz! Seja pra quem for!!!
Sou uma jovem, por muitos maltratada,
E também descriminada pela minha cor.

Nunca mais tive noticias dele,
E nem mesmo consegui esquecer.
Meu filho não sei aonde andas,
Peço a Deus a ele proteger.
Queria muito uma dia abraçar-lo
Ou pelo menos eu pudesse ver.
Ele é um pedaço de mim...
É o meu sonho... o meu viver.

O que esperar desse meu filho,
De que forma ele será educado!
Qual será o trabalho ou a morada?
Desse Ser Humano desorientado.
Como evitar que cometa crimes?
Ou que um dia seja drogado...
Esta é a historia do meu filho querido,
É aquele menino, menor abandonado.
Clairton Buffon, Chapecó, 01 de Março de 2010

@= A BIBLIA E A REALIDADE

Companheiros resolvi de contar toda a verdade,
Nós devemos é ligar a bíblia com a realidade!
Unindo o nosso povo da roça e da cidade,
Só assim conseguiremos transformar a sociedade.

O presidente esta contente com a ultima aprovação,
Pois, nos não temos mais duvidas que são os mesmos ladrão!
Na previdência e CPI tivemos mais uma derrota,
Mas eles não podem impedir que o povo esteja lá de volta.

Por favor povo abra o olho neste ano de eleição,
Os deputados que nos defenderam eram todos da oposição!
Vamos falar a verdade e medo não devemos ter,
Nosso sonho se realizara quando o povo tomar o poder.

Cristo sempre lutou em favor dos oprimidos,
Dos doentes e famintos, explorados e excluidos!
Cristo também foi político! Nos deixa claro o evangelho,
Não fez distinção de raça, sexo, se era novo ou era velho.

Querido povo esteja consciente, que a hora vai chegar,
Nossa terra prometida o trabalhador vai conquistar!
Devemos mudar este quadro pra sairmos da opressão,
Fazendo acontecer o dia em que a paz e a justiça se abraçarão.
Clairton Buffon, Quilombo, 22 de Março de 1995
Curso sobre a bíblia e a realidade

@= CONTINUANO A LUTA DE MEUS PAIS

Meu Pai e minha Mãe,
escutem o que eu vou dizer,
pois chegou a minha vez,
lhe peço vossa benção.
Quando eu criança,
Me carregavam nos braços
estou seguindo seus passos,
nesta nova ocupação.

Estampado no rosto,
Vejo as marcas do tempo,
Cicatrizes de dor e sofrimento
Repartir a safra com o patrão.
Depois de um ano trabalhado,
Os frutos da terra eram colhidos,
E a metade dividido,
Era tirado do nosso pão.

Vagas lembranças carrego,
Que partimos pela estrada,
E já era alta madrugada
Pra não sermos observados.
Ao passar pela porteira,
Mamãe pega a chorar,
Ali começa a se libertar,
De muito anos explorados.

A nossa única sacola,
a levarei de herança,
Que me traz tristes lembranças,
Dos despejos que sofremos.
O zíper e as alças,
já está toda quebrada,
Por ter sido jogada
Pela repressão malvada.

Tenho um colchão,
com a capa rasgada
a lona preta uma enxada,
Panelas e um facão.
O meu violão,
pra animar nossa jornada,
E uma chapa enferrujada,
Que será o meu fogão.

Vejo Homens e Mulheres,
Jovens, Idosos e Crianças,
Com a mesma confiança,
Seguindo uma só trilha.
Queremos a terra,
pra colher o nosso pão,
saúde e educação,
E o sonho da partilha.

Neste latifúndio,
Vejo a terra abandonada,
e com arame cercada,
É a propriedade privada.
A minha revolta,
é difícil de expressar,
ainda iremos conquistar,
A real Reforma Agrária.

Tenho esperança um dia,
do povo se organizar,
E junto iremos chegar,
Na nova sociedade.
O nosso projeto,
além de conquistar a terra,
Não precisa fazer guerra,
Pra ter a mesma igualdade.
Clairton Buffon, Chapeco SC, 17 de janeiro de 2010.

@= A REGIÃO SUL DO BRASIL

Vou falar de um pedacinho
Da nossa América do Sul,
Onde o sol brilha bem forte
E o céu é bastante azul,
Um encanto do Brasil
A grande região do sul.

São apenas três estados
Que compõe este lugar,
E todas as Federativas
Tem Fronteira e litoral,
É a Santa Catarina,
Rio Grande e o Paraná.

Falando de nossa história
Ela não começou logo ali,
A muitos anos atrás
Havia habitante aqui,
Estes eram os nativos
Xeta, Caigag e Guarani.

Pra defender o seu pampa
Os guaranis viraram fera,
Resistiram aos europeus
Que ali decretaram guerra,
E com Sepê Tiaraju
Nasce a luta pela terra.

A resistência camponesa
Tinha apenas começado
Nós somos os herdeiros
De todos os que tem lutado
Memória aos 20 mil mortos
Da guerra do Contestado

A empresa norte-americana,
Que construiu a ferrovia.
Pra explorar recursos naturais,
Muito terreno ela recebia,
Os sertanejos foram expulsos,
Das terras que lhes pertencia.

Este fato que nos vergonha,
Aqui no nosso continente.
A primeira vez na historia,
Usar o avião pra matar gente.
E para o capital estrangeiro,
O Brasil deu de presente.

Outros conflitos no sul
Farrapos ficou marcado,
Chimangos e Maragatos
Numa disputa de estado,
E a revolta dos colonos
Também nos deixou legado

Os que vieram da Europa
Através da imigração,
São de várias etnias
Entre italianos e alemão
Também foram escravizado
Na chamada colonização.

Não posso deixar pra traz
O churrasco e o chimarrão,
O CTG vem dos tropeiros
Tem marchinha e vanerão,
O quentão quando é frio
Com fogueira e pinhão.

O vinho, a maçã e a uva
Faz parte da produção,
Na hortoberfest o schopp
É complemento da tradição,
E a gralha azul representa
As floretas de nosso chão.

Das grandes festas do sul
Uma é lá em Blumenau,
De todas festanças do Brasil
É a segunda maioral,
Só perde em animação
Pra festa do carnaval.

O aqüífero guarani
E outras riquezas fluviais,
A linda lagoa dos patos
As sete quedas naturais,
Ilhas, cascatas e praias
E o estreito do Uruguai.

Os belos campos abertos
Uma arte da natureza,
As serras, picos, montanhas
Ver tão longe que beleza,
Muitos vales e planícies
Plano que parecem uma mesa.

É injusto só falar
De folclores e belezas,
Lá existe concentração
Que causa muita pobreza,
O nosso sonho coletivo
Em socializar estas riquezas.

A ganância destruiu florestas,
Extinguindo todos os pinhais.
Barragens afogaram os rios,
Os seus leitos e mananciais.
Evacuaram os ribeirinhos,
Pra aumentas seus capitais.

Nossa história não acabou
Temos muito á faze,
Tivemos a influência
Das CEBs e da CPT,
Nasce vários movimentos
Agora a luta é pra vale.

A luta aqui não pára
Ela é contra o patrão,
Latifúndio e capital
Mandaremos pro caixão,
Com a força popular
Faremos a revolução.
Clairton Buffon, Guararema- SP, 12 de maio de 2006.

@= A FOME...

Você a sabe o que é fome? E por que eu sinto fome?
Alguma vez em sua vida você já sentiu fome? Que fome?
Eu tenho fome... e sinto muita fome,
Vou te dizer o que é, e o que significa sentir fome.
Eu sinto a fome que me dá fraqueza, que é a fome de pão,
Também sinto muita fome de beleza, que me traz indignação.
Pra acalmar minha fome não depende de panelas,
Mas dividir as riquezas sem a existência de favelas.
Triste é adormecer com fome, e com fome acordar,
Humilhante é sentir a fome, de estudar e de brincar.
Quero que saiba que a fome que mais me humilha,
È a insaciável fome de poder um dia ter minha família.
A minha fome de pão muitas vezes eu á saciei,
Mas a outra fome que sinto, esta eu nunca findei.
Quero oportunidade para freqüentar a escola,
E acabar com a minha fome de viver na rua pedindo esmola.
Também tenho fome de ter uma casa descente,
E tomar um banho no chuveiro de água quente.
Sinto fome de usar roupas e calçados da moda,
Também um dia poder passear de quatro rodas.
Quero parar de matar minha fome com a fome de cola para cheirar,
E saciar a fome de ter uma cama para toda a noite me deitar.
Sinto fome de ter colegas e amigos,
Ao invés de estar fugindo dos perigos.
Tenho fome de ser criança e poder sonhar,
Em ser adulto e dignamente trabalhar.
Tenho fome também, da tecnologia desfrutar,
E não fazer da calçada fria diariamente o meu lar.
Pra matar a fome, me alimento de restos do lixo,
E sou maltratado pior de qualquer outro bicho.
Sinto fome de justiça e igualdade ,
Onde poderemos viver livres em sociedade.
Tenho fome de cada latifúndio tornar-los assentamentos,
E matar a minha fome tirando da terra sustento.
Tenho fome da natureza poder preservar,
E com todos os exploradores do mundo eliminar.
A minha fome é que o ser humano esteja em primeiro lugar,
E com as guerras em função do capital acabar.
Tenho fome de prevalecer o bem sobre o mal,
E as minhas fomes serão saciadas quando houver justiça social.
Minha maior fome é ver todos os seres da humanidade,
Serem um dia tratados, com a mesma dignidade.
Você, que também sente qualquer tipo de fome que dói,
Até quando vai aceitar que esta fome que te destrói?
Não deixe que qualquer fome um dia te consome,
Pois todas elas são maldades influenciadas pelos homens.
Vamos juntos construí um mundo onde todos comem,
E satisfeitos gritamos, para sempre erradicamos toda e qualquer fome.
Clairton Buffon, Chapecó, 07 de Dezembro de 2006

@= NOSSA CULTURA DE VALORES

Quando se houve falar em cultura, parece estar distante,
Que é propriedade ou privilégio, e alguns, possuem cultura abundante.
Querem nos impor um lixo cultural, por que é globalização.
Musica Cawtri, McDonad’s, Wollywood, BigBrother e Faustão.
Cultura não é produto da industria, ou restrita só para uma minoria,
Pois não deve existir relação, de compra e venda como mercadoria.
Ser “Culto”, não significa ser poderoso, ou, ao outro ter superioridade...
E sim cultivar a vida, tendo relações com humildade.
Ser pobre, humilde e não ter acesso ao que interessa ao capital,
É apenas deixar de ser domesticado pela cultura do mal.
Simplicidade não é sinônimo, de ignorância ou grosseria,
Mas raízes culturais, que a historia humana não esqueceria.
Nós temos orgulho dizer, que temos Cultura!
E também preservamos, a nossa própria Cultura!
Nós temos a cultura, em sermos um com o outro solidário,
Repartimos o que temos, sem a ganância de ser milionário.
Pois, sabemos cultivar Princípios e Valores,
O que não existe, entre vocês senhores.
Nós temos a cultura, da honestidade e confiança,
E cultivamos coletivamente, nossos sonhos e esperança.
Cultura é tudo o que produzimos para a nossa existência,
Seja espiritual, intelectual, ou seja física de sobrevivência.
Ter cultura é saber, também é conhecimento,
É ocupar a terra e dela tirar o nosso sustento.
Cultura é sentir, é emoção, é criar através da observação,
Não existe melhor cultura, do ato de cultivar o chão.
É nosso o direito em ter a terra e nela cultivamos,
Pois é com ela, que nos identificamos.
Da terra nascemos, através dela nos alimentamos,
E por sermos parte dela, é para a terra que nós voltamos.
Nossas culturas nós às criamos com o trabalho,
Também às herdamos de nossos antes-passados.
Expressamos nossa cultura, através de nossa canção,
Artes, poemas; teatros e marchas, ou cortar a cerca com o facão.
Criamos uma nova cultura que é o povo organizado,
Somos camponeses e estudantes, operários e favelados.
A maior cultura é cultivar a semente que gera o pão e a esperança,
E germina o nascer da revolução, que nos tornará livres como crianças.
Clairton Buffon, Chapecó-SC: 30 de Janeiro de 2007.

@= SONHO DO DIA DOS PAIS

Esta noite eu tive um sonho, mas acordei para a realidade! Pai!
Sonhei em te dar um abraço,
Mas, talvez posso estar distante.
Sonhei em fazer-te uma homenagem,
Mas não sei se poderás estar presente.
Sonhei em seguir os teus passos,
Mas nem sempre seguimos o mesmo caminho.
Sonhei em dar-te um beijo,
Mas, ás vezes pode estar magoado.
Sonhei em te dar flores,
Mas, nem sempre é primavera.
Sonhei em dar-te uma lembrança,
Mas, não conheço todos seus agrados.
Sonhei em acariciar o seu rosto,
Mas, não é o único pai á merecê-lo.
Sonhei em chamar-te de pai olhando em seus olhos,
Mas é amigo, conselheiro, companheiro, camarada.
Sonhei em construir lhes o futuro,
Mas não poderei fazê-lo sozinho.
Sonhei em recompensar-te,
Mas, não foi apenas á min o que fizestes.
Sonhei em dar-lhes o mundo,
Mas, não o tenho em minhas mãos.
Mas ao acordar eu percebi,
Que, nada de material tenho para oferecer-te,
Á não ser meu sincero reconhecimento,
Minha honesta gratidão,
E, meu eterno compromisso,
Em fazer-te a minha própria doação
para dar continuidade á este longa caminhada por ti iniciada.
Parabéns Papai,
Por suas virtudes em superar as dificuldades da lona preta, das madrugadas frias, da fome, do medo, das incertezas, da discriminação.
Pela ousadia que tivestes em desafiar a lei, o estado, a repressão, os despejos, o latifúndio, as cercas.
Pela coragem em enfrentar os fazendeiros, os pistoleiros, os policiais, as bombas, os cães, as armas.
Enfim, pela esplêndida batalha travada, para vencer a fome e edificar nossa dignidade.
Você é o guerreiro que me Orgulha.
Obrigado Papai!
Clairton Buffon, Campos Novos- SC, 22 de Junho de 2006

@= OS JOVENS E A HISTÓRIA

Pra ser Jovem não importa qual sua idade
Do campo, cidade, ou a cor que você tem,
É uma fase na vida, de vigor e energias
Namoro, alegrias, e muito lazer também,
Preservar as culturas, de cada povos
Não entrar nos jogos dos imperiais,
Devemos construir, nossa própria identidade,
Tendo fidelidade, com os nossos ideais.

Seremos o alicerce desta nossa história,
Sabendo que as vitórias, sozinhas não vêm
Chegou a hora não ficaremos parados,
Sem sermos alienados, que isto não convêm
Somos a esperança de toda esta gente
Sendo a semente que vai germinar
No seio e na mente da humanidade
E esta sociedade, iremos transformar.

Os Jovens que tem os seus direitos negados
E são explorados pelo seu patrão,
Se emancipar é mais que urgente
Nós somos o presente, desta nossa Nação.
Despertamos os jovens e seus sentimentos
Juntem-se á um movimento e venha estudar
Dominar as técnicas e as ciências
Criar consciência pra poder se libertar.

Sem se iludir com as fantasias
Tenham ousadias e novos valores,
Com disciplina teremos conquistas
Seremos realistas, mas também sonhadores
Tomaremos em nossas mãos esta Bandeira
Sedo os primeiros em dar os exemplos
Ocupar os espaços em ruas e praças
E das grandes massas seremos o fermento.

Os Jovens que são Revolucionários
São também solidários e tenham utopias
Com desobediências e indignação
Entram em ação nossas rebeldias
Pra esta batalha seremos os sujeitos
Não tem outro jeito vamos enfrentar
Decretamos guerra contra o imperialismo
E com o Socialismo iremos triunfar.
CLAIRTON BUFFON, Campos Novos- SC- 09 de Junho de 2006.

@= NÚMEROS: Simplesmente Números ou Fazem a Diferença?

Quando nasci me enumeraram no berçário,
Eram números também porque marcaram o horário!
Por ser gêmeos números, também por ser o nono filho a nascer,
No dia a dia tudo era codificado me domesticaram com isso conviver,
Números nos dentes que nascia, na minha altura, no peso, na idade,
Na certidão de nascimento, boletim escolar, carteira de identidade!
Na escola vejo as salas, carteiras, chamadas tudo em numeração,
A sandália que usava a régua, ou contar nos dedos da mão!
No futebol o tempo, o placar tudo era marcado,
Até os jogadores estavam todos enumerados!
No café, almoço e janta, horário marcado ate pro chimarrão,
Na igreja o padre conta os presentes, pra distribuir as hóstias na comunhão
O meu espanto maior foi quando deixei o campo e pra cidade eu partia,
O ônibus, poltrona, bilhete do passe, e o preço a ser pago quando ali eu descia.
Casas, escadas, automóveis, esquinas, ruas todas por números identificadas
No elevador, o apartamento e a quantidade de andares no prédio que eu morava.
É calculado pressão arterial, temperatura a chuva e as perspectivas da produção.
No preço da geladeira, gasolina, do sapato, automóvel, da pamonha e do feijão.
O carpinteiro, o pedreiro, marceneiro, todos usam os números de medidas,
No ônibus, trem, metro avião! todos com a hora marcada para a partida.
No bingo, na rifa, cassino e loteria, todos têm números na jogada,
Pra praia, estádio, a piscina, ou festa! Qual é a distancia da estrada?
Na loja, música, escritório, hospital, cemitério, ou o terço para rezar,
Na roça o tempo da colheita ou a semente no período para plantar.
As paginas do livro, ingresso para o teatro, e o telefone tem numero para ligar.
O caçador, pescador, piloto e o marinheiro com bússola para se localizar.
Os números são necessários, eles ajudam calcular tudo na exatidão,
O tempo, o peso, quadrado, cúbico, velocidade e comprimento, são medidas de proporção.
Mede força, som, luminosidade, altitude, capacidades,
Superfície, atrito, massa, temperatura, densidade,
Volume, giro, circunferência,ângulo, profundidade, potencia,
Intensidade de terremotos, tornados, a composição de um corpo e a resistência.
Porcentagem, fração, multiplicar, dividir, somar ou diminuir é regras utilizadas,
Cada uma delas tem suas utilidades de acordo com o interesse em serem aplicadas.
Essa grande técnica desenvolvida contribuiu para a sociedade ter avanço e evolução,
Mas por ter grande flexibilidade nos resultados favorece a exploração e a corrupção!
Assim o homem passa a dominar as leis da Natureza, a terra, oceanos até o controle espaciais.
E divide a Sociedade em faixa etária, raça, categoria, sexo, Nacionalidade e classes sociais.
Saber a hora, o dia, mês e o ano! Tem calendário na parada.
O quanto mais gira esta roda da historia aumenta as pessoas desempregadas!
Nas filas dos bancos, hospitais, INSS, têm o ultimo e o primeiro,
Medir terra, prédios, bens ou capitais, tudo tem um preço em dinheiro!
Ate a força do meu trabalho com números começaram medir,
Em tudo enxergam números, mas só esquecem-se deles na hora de repartir!
Por números somos todos indicados e aparentando que somos todos iguais.
Mas a diferença esta é nos resultados destes números que nos tornam tão desiguais.
CLAIRTON BUFFON, Chapecó 30/novembro de 2009

@= Lembranças da Minha Infância na Roça

Toda a vez que eu me lembro, do meu tempo de criança
Passo horas pensando, e volto á minha infância,
A vida na roça, é tranqüila e com segurança,
Onde só existe fartura, tudo é em abundância.
A casinha de chão com o coberto de palha,
A chuva no telhado e o cheiro da terra molhada,
O vento assobiando na fresta e o lampião se apagava,
Ouvir o grilo gritando e os passarinhos na alvorada.

Beber água da fonte, tomar banho na cachoeira,
Passear com a canoa e tratar os porcos na mangueira,
Subir nas arvores tirar frutos, se balançar no cipó,
Caçar com meu bodoque e matar ratos no paiol.
Chupar o mel de lechiguana, ginete ar com os terneiros,
E descer com o meu carrinho ali na serra do potreiro,
Nas noites de lua cheia brincava lá no terreiro,
E vestia as roupas novas, cada festa do padroeiro.

Socar canjica no pilão, tirar lenha no mato,
E no dia da minha crisma o meu primeiro sapato
Pisar o barro da estrada , lavar os pés na gamela,
Correr da choca ao tratar os pintinhos com quirera.
Ganhar presente da madrinha, as vezes apanhar de vara,
Ouvir o galo cantando e a melodia das cigarras,
Ver o sol nascer no monte, o primeiro dia na escola,
Uma bolsinha de açúcar, sempre foi minha sacola.

Saudades dos piqueniques, as brigas que nós fazia,
Perdia o chinelo e pensava, que os colegas quem escondia.
Os brinquedos de madeira, que nós mesmos confeccionava,
A bola de pano velho, destripava novamente nós amarava.
O barulho do colchão de palha que a mamãe enchia,
O travesseiro de pena e os pelegos em que nos dormia.
O dia em que nos mudamos, pra casa nova bangalô,
A plantação de milho e arroz, arada com um boi só.

Lembro as noites de filó, todos vizinhos se juntava.
O baralho pra jogar e o brodo é que não faltava.
A cada aniversariante, bater surpresa pra comemorar
E os puxirões outro motivo pra vizinhança se encontrar.
Saudades do feijão de corda, debulhado de manguá
E o machado arrebitado já sem o fio para cortar
Passear com carro de boi, ferver o leite na caneca
Eu pescava de caniço e também jogava peteca.

A tabua do queijo do lado de fora, tudo vem na minha mente,
Lembranças de um passado que em mim ainda esta presente.
Lembro das manhãs geladas, o frio do inverno ardente,
Se aquecer comer pinhão, sentado no banco atrás da chapa quente.
No prego o chapéu de palha e as tranças que mamãe fazia,
Na bainha o facão três listras e os gatos na bica da pia.
Na varanda o rebolo de pedra, e as enxadas eram mo ladas,
A família inteira de joelho, todas as noites o terço rezava.

O ringir do engenho de madeira que as vacas puxavam,
Além dos bezerrinhos e o leite que elas davam.
Ali no fogo entre as pedra, cheio de garapa o taxo estava,
Pra fazer melado, rapadura e puxa-puxa pra piazada.
No balaio o cheiro do pão novo, no forno de barro era asado,
Anunciava o clima de festa, que mais um sábado tinha chegado.
O velho cachorro pitoco, pra pegar a galinha nós soltava,
A carne caipira em molho, só no domingo a mãe preparava.

Peço desculpas aos vizinhos, das artes que aprontava,
As melancias que na roça, sem pedir eu pegava.
Saudades do rio pesqueiro, onde nós sempre nadava,
E a mãe dentro do caíco, muitas roupas ela lavava.
Abelhas e borboletas nas flores do campo sentavam,
Das noites de natal que as vaga lumes me escoltavam.
Enfeitar presépio no natal, que demorava pra chegar,
Desejar feliz ano novo, pelos doces que iria ganhar.

O medo das noites escuras, de enchente lá na roça,
Na lagoa a sinfonia dos sapos, animava nossa palhoça.
No moro o grande pomar, de frutas diversificadas,
Na melhor estação do ano, a primavera perfumada.
O milho para o muinho, na mão nós debulhava,
Meu irmão com a moagem, no cavalo ele chegava.
A tabua grande da polenta, em que a mãe preparava,
E os 12 membros da família entorno dela se juntavam.

A primeira vez que eu fui, na cidade para passear,
Admirado que no ônibus, tinha escadas para pisar.
Ruas retas e quadradas, e as casas a se encostar,
Um prédio de dez andares eu parei para contar.
Lembrei do porão de casa, os salames pendurados,
Eu já estava com fome, e as bananas no sobrado.
O parreiral cheio de mato, nossa empreitada capinar,
Em cada ano a recompensa...uma gasosa para tomar.

Ouvir o sino na capela, todas seis horas badalar,
Em que mais um dia chegava, ou estava para findar.
Achar ovos nos ninhos, aí no meio do bananal,
Ou a traz do muro de pedra, lá pra cima do curral.
Quando garro a pensar, lagrimas dos meus olhos cai,
Saudades daqueles tempos, pois, sei que não voltam mais.
O que resta é viver o presente, que logo também se vai,
Projetar o futuro sem chorar, por aquilo que ficou pra traz.
Clairton Buffon, Campos Novos, 08 de Janeiro de 2010

@= Desafio da Juventude

Sou um Jovem lá da roça,
Não tenho vergonha em falar,
Minhas mãos são calejadas,
Mas é de tanto trabalhar.
O jovem que tem cultura
Mesmo sendo estudado,
Também pega na enxada,
E no cabo de um arado.

Juventude camponesa,
Estudante e operária
Vamos somar nossas forças
Não podemos focar parados.
As necessidades do povo
torná-las em lutas diária.
As mudanças do nosso País
Dependem da Reforma Agrária.

Os jovens capitalistas
Pensam que tudo é folia
Eles aceitam em ser usados
Como objeto de mercadoria
Através das propagandas,
Deixam os jovens alienados
Ao projeto dos imperialistas
Sempre estão subordinados.

Sepé Tiarajú e Zumbi
Canudos e Contestado
E as Ligas Camponesas
Nos deixaram o legado,
A juventude consciente
Já não pensa em fracasso
É o jovem em movimento
Conquistando seu espaço.

Casaram o latifúndio,
Com as multinacionais,
Formaram o agro-negocio,
Dizem que pequeno não adiante mais.
Estão impondo os trangenicos,
Porque é genética modificada,
O que importa é o dinheiro,
Pois a vida não vale nada.

Jovens prestem a atenção
Devemos orientar o povo
Para todos rejeitarem
A veja e a rede globo,
A aracruz e a coca-cola
A Monsanto e a cargil
A ALCA e o FMI
Nós expulsaremos do Brasil.

O futuro é o presente
Chegou a nossa vez
Em sermos sujeitos ousados
E destruir o estado burguês,
Estão todos convocados
Abaixo o capitalismo
Com o Projeto Popular
Construiremos o Socialismo.

Clairton Buffon e Alceu da Fonseca, Campos Novos- SC, 28 de Junho de 2006.

@= "D" e "P" Decreto Popular

Determinação por decreto popular...

Decidimos pela destruição da dominação patronal,
Dos detentores, possuidores do dinheiro,
Ditaremos a deposição dos denominados piolhos, prostituidores do poder publico!
Pretendemos denunciar e destruir as portas que permitem o pudor
Do desemprego, das desigualdades, da prostituição, preconceitos e das descriminações!
Em protesto defendemos o pedido de perdão pelos dominadores, desavergonhados.
Perante o povo pelos desvios e pecados praticados, pelas privatizações, pelos desleixos.
Desrespeitando a democracia prejudicando diretamente os patriotas deste país!
Diremos com pressa e pavor que derrubaremos e pisaremos destruindo os demônios.
Pedimos e proclamamos em decepar o pescoço em praça publica,
Da propriedade privada, dos privilégios, das provocações, prisões e perseguições políticas!
Derrubaremos pedra por pedra, dente por dente, deixando-os nas periferias dos descasos.
Demonstramos a dor dentro do peito ao ponto de proibi-los deitar e dormir descansados!
Publicamos próximo o dia da derrota desses destruidores, desnaturados, demagogos, pragas daninha.
Preparem-se para pagar as dividas em detalhes de acordo com o preço pago pelo povo!
Desvairemos os partidos políticos dominadores protegidos pela demagogia!
Precisamos prezar plenamente o poder popular para o povo.
Para que os despossuídos possam presenciar desempenhando o papel de protagonistas,
Doando-se a própria pessoa desenhando definitivamente o desenvolvimento,
Pregando o principio das praticas participativas das decisões, precisamos prezar e priorizar,
O processo democrático para potencializar o desenvolvimento do progresso!
Primeira prioridade é a distribuição sem desigualdade,
Pelos direitos das divisões pesando diretamente a participação no processo produtivo.
Podemos dizer!!! Desfrutaremos dignamente o prazer de dividir o pão do dia a dia.
Clairton Buffon, Chapecó, 04 de Dezembro de 2009.

@= Carta de Despedida

“Se o Jovem Oziél com apenas 17 anos tivesse a oportunidade em dizer algumas palavras antes de ser executado estas seriam ditas e a ela conduzida."

Quero fazer o meu apelo
A todas as mães do mundo intero,
Que por seu filho chorou.
Dês de quando ele partiu,
Nunca mais você o viu,
Nem se quer ele voltou.

Este é o dia de todas as mãezinhas,
De outro continente ou Latina,
Independe de raça ou de cor.
Mãe da roça, mãe da cidade,
Mãe de toda a humanidade,
Todas elas sentem amor.

Mãe sem terra, desempregada,
Abandonada e explorada,
Você não é reconhecida.
Este é o grande problema
E por causa deste sistema,
Muitas mães perderam a sua vida.

Mamãe, esta historia começou,
E a minha vida terminou,
Neste momento de dor.
Te peço mãe, não fique aflita,
Tenha a coragem de nossa mãe bendita,
Que por você mãe, eu sinto um grande amor.

As noticias são ruim,
Por favor mãe reze por mim,
Pra Deus me abençoar.
O meu sonho mal começou
E aqui mesmo terminou,
De poder um dia, minha vida melhorar.

Minha mão está tremendo,
A senhora está vendo,
Que mal posso te escrever.
Te peço, nessa carta ensangüentada,
Minha mãe não fique zangada
Por não poder mais me ver.

Aqui em Eldorado dos Carajás,
Aonde eu vim me acampar,
Na luta pelo direito á terra.
Com crueldade nos atacaram,
Eu vi mãe! Muitos companheiros tombarem,
Neste intenso clima de guerra.

Esta terra não foi desapropriada,
Jogaram todo o povo na estrada,
Assim não é Reforma Agrária.
Mãe ao invés da terra e do pão,
Massacraram nossos irmãos,
E se orgulham, que venceram a batalha.

Mãe não quero perder minha vida,
Por esta bala a mim conduzida,
Sem mesmo conseguir voltar.
Não posso mais estar contigo,
Por causa destes bandidos,
Que vieram para nos matar.

Mãe estou escrevendo deitado,
Por uma bala atravessado,
Sei que vou morrer agora.
Meu sentimento é profundo,
Não quero partir deste mundo,
Sem me despedir da senhora.

E ao rolar neste capim,
Eu compreendo, aqui é meu fim!
Pois, forçaram a minha hora.
Compreende minha mãezinha,
Vou ter que te deixar sozinha,
Fique com a benção de nossa senhora.

Nesta real cena de terror,
Gritos e gemidos de dor,
Muito trabalhador morreu.
Fomos todos metralhados,
Pois, deste seu filho amado,
Só te resta mãe, o meu ultimo adeus.

Meu pedaço de terra, já está segura,
É onde vão fazer minha sepultura,
Em um profundo lugar silencioso.
Este chão, não conquistei para plantar!
Me deram, apenas para descansar,
No meu ultimo e eterno repouso.
Clairton buffon, Quilombo, Abril de 1996.

@= Brasil 500 Anos

Falar do Brasil 500 anos
É falar da história parcial,
O Brasil que conhecemos
É a invenção de Portugal.
Estes anos comemorados
Melhor se não existia,
Queremos outros 500
Mas não para a burguesia.

Brasil do solo fértil
Da Amazônia e Pantanal,
Semi árido, mata Atlântica
Do pau-Brasil e dos pinhais.
Tu tens muitas riquezas
Terrestres e fluviais,
Fauna e flora diversificada
Climáticas e minerais.

Quando aqui Cabral chegou
A tempo um povo existia,
Os nativos foram mortos.
Pela lei da tirania.
Surgiu a propriedade privada
Em função do capital,
Destruíram povos e natureza
Numa forma brutal.

Até parece um labirinto
Tudo está subordinado,
Nosso capital estatal
Já foi todo privatizado.
Voltar a ser colônia
Favorecendo o mercado,
A mando do imperialismo
Ë um país desnacionalizado.

Parece ser um sonho
De um país tão desigual,
E o fruto desta semente
É uma barbárie social.
Drogas, violência destruição,
Exploração, acúmulo, favelas,
Alienação, desemprego, prostituição
Massacre, fome e miséria.

Foi em nome do progresso
Que isso tudo aconteceu,
Canudos e Contestado
Uma utopia que não morreu.
Renascer a esperança do povo
Num só grito de liberdade,
Entoaremos os nossos hinos
Anunciando a hora da igualdade.

Reconstruiremos nosso País
Pelas mãos dos oprimidos,
Das cadeias faremos escolas
E o capital distribuído.
Vocês, são todos convocados
Para um levante nacional,
Com grandes massas sociais
Construir o “Projeto Popular”.
Clairton Buffon( Buffonzinho), Campos Novos, SC 15 de Agosto de 2001

@= Acorda Brasil

Meu Brasil pátria amada,
Sou um filho que te ama.
Es por nos a longa estrada,
É teu povo que te chama.
Acorda Brasil acorda!
Veja só a situação.
Tão te dando de presente,
Já nem sei pra que nação.

Dizem eles que um dia,
Descobriram esta terra.
Na verdade te invadiram,
E começava a nossa guerra.
Exploraram a fauna e a flora,
O sub-solo e os minerais.
Destruíram os teus filhos,
Tua natureza são marginais.

O tempo correu de pressa,
Vou contar da atualidade.
De um governo para o outro,
Dominaram a sociedade.
Sob a lei capitalista,
Do banco internacional.
Comprometeram as nossas vidas,
Nossa cultura, nossa moral.

Fazem leis, emendas provisórias,
É o diabo da confusão.
Pra garantir seus interesses,
Vão fazer a revisão.
Vão rever nossas conquistas,
Que temos na previdência.
Se conheço bem os homens,
O que nos resta é a falência.

Brasil vou te contar,
Da pequena propriedade.
Inventaram, MERCOSUL,
Onde a lei é qualidade.
É uma forma de expulsar,
O homem de sua terra.
Quebrou toda a colonada,
E já tão indo pra cidade.

Brasil, terra de fartura,
Dos projetos neoliberais.
Viviam trocando moedas,
E hoje cai no real.
O monopólio do petróleo
Tão querendo privatizar.
Tudo o que é estatal,
Meia dúzia vai comprar.

Por favor Brasil acorda
O que teu povo vai fazer ?
Se só vale quem tem real,
Com certeza eu vou morrer!
Brasil terra de futuro,
Tu és da America latina.
Por favor Brasil acorda
Veja tua irmã argentina.

Este é o projeto deles,
Que aqui querem implantar.
Mas Brasil quem foi que disse,
Que nós temos que aceitar.
Se este pais é nosso,
Esta terra ainda tem dono.
Pra salvar esta nação Brasil
Desperta do sono.

O Brasil é cada um,
Nessa luta organizada.
E o sono desta nação,
É a juventude anestesiada.
Acorda jovem Brasil,
Vai brotar esta semente.
Quem disse que sou futuro?
Ser jovem é ser presente.

E você é convocado,
Em nossa grande cooperação.
O massacre de Rondônia,
É a vergonha desta nação.
Vamos juntos coletivizar,
A cidadania de cada irmão.
E gritar numa só voz,
Terra, saúde, justiça e educação!!!
Composição: Jacemir Buffon
Declamação: clairton Buffon
1º lugar no 9º Festival da canção da Pastoral da Juventude de Quilombo, Outubro de 1995.

@= O bicho é gente??? Ou a gente é bicho???

Você ja viu gente virar bicho? E bicho virar gente?
Mas Eu vi...! Eu vi...!! Eu vi...!!!
- Eu vi muitos bichos, por pessoas serem amados!
E muitos seres humanos, por estes odiados.
- Eu vi levar o animal de estimação, na praça para passear!
E um trocado de esmola, para uma criança negar.
- Eu vi em um mercado, comprar do melhor alimento para um cão!
Enquanto milhares de pessoas morem de fome, por não ter um pedaço de pão.
- Eu vi gratificar em dinheiro, para localizar o animal de estimação perdido!
E crianças assassinadas, por grupos de extermínios bandidos.
- Eu vi adaptar no automóvel, sinto de segurança para cão!
E muito Seres Humanos por nunca ter um calçado, andar sempre com os pés no chão.
- Eu vi bichos sendo carinhosamente, por famílias adotados!
Das mesmas ruas, em que crianças foram abandonadas.
- Eu vi em uma mesa, lugar reservado para um bicho!
Ao mesmo tempo em que humanos, se alimentam com restos de lixo.
- Eu vi bichos com planos de saúde, tratamentos emocionais e ser internados para não sofrer!
Enquanto vejo milhares de pessoas de epidemias, verminose ou negligencia morrer.
- Eu vi parque de diversão e lazer, exclusivo para bichos se desestressar!
Próximo aonde crianças, são forçadas, como escravas trabalhar.
- Eu vi escolas para bicho, onde são todos adestrados para aprender!
Na cidade que há um alto índice de pessoas, que não sabem ler nem escrever.
- Eu vi um cômodo com cama e cobertor, local que um bicho dormia!
E ao mesmo tempo ali! Ao lado de fora, crianças adormecidas na calçada fria.
- Eu vi um bicho ser vestido com roupas, de lã e algodão!
No mesmo viaduto que um homem morreu de frio, porque não se aquecia só com papelão.
- Eu vi e ouvi chamar um bicho vem com papai, vem com a mamãe ou com a titia!
Enquanto comentavam que gerar um filho, na rotina do casal ele só atrapalharia.
- Eu vi como se fosse membro da família, um bicho ser sepultado!
E seres humanos como indigentes, apenas enterrados.
- Eu vi dar um nome próprio a um bicho, ao ser batizado!
Também seres humanos sem identidade, pela sociedade ignorado.
- Eu vi com festa e convidados, comemorar o dia em que o bicho nasceu!
Sabendo que existe criança, que no dia do seu aniversário nem se quer ela comeu.
- Eu vi bichos com direito garantido de se aposentar!
E muitos idosos, nas filas do INSS morrer a esperar.
- Eu vi creches, onde os bichos são acolhidos!
Também vi muitos seres humanos, desamparados ser excluídos.
- Eu vi em uma cidade, campanhas para que adotem um bicho abandonado!
Na mesma que idosos morem esquecidos em asilo, sem nunca por um filho ser visitado.
- Eu vi salão para bichos com banho perfumado, tosa e outras coisas mais para fazer!
Também vi trapos humanos sem auto-estima para viver.
- Eu vi pela exploração da força de trabalho, grandes fortunas acumuladas e um bicho ser o herdeiro!
Em um país que milhões de pessoas vivem na extrema miséria, pela má distribuição do dinheiro.
- Eu vi animais com os melhores planos pagos de seguro da sua vida!
E cidades com milhares de seres humanos pela guerra serem destruídas.
- Eu vi academia para cães queimar calorias pra não ficar obeso!
Enquanto crianças sem ter com que se alimentar, morrem desnutridas por não ganhar peso.
- Eu vi gente ter menos direito que os bichos!
E bicho ser mais digno que a gente...
Eu vi...!!! Eu vi...!!! Eu vi...!!!

Clairton Buffon, Chapecó, 20 de Agosto de 2008

@= A Identidade da Juventude

É hora pra despertar,
E fazer o novo amanhecer.
Na esperança de um dia,
ver esta semente nascer.
Largamos a cruz da opressão,
formando uma só corrente.
Pra garantir o nosso futuro,
E construir a historia no presente.

Nós jovens vestimos a camisa,
Por compromisso e paixão.
Aqui, Chapecó, Florianópolis e Brasília,
Por previdência, credito terra e pão.
Passamos sede! Sofremos frio!
Ate fizemos greve de fome.
Tamanho sofrimento por causa,
Da injustiça e ganância dos homens.

Organizados na luta pela terra,
Sem medo fizemos ocupações.
Conquistamos com muita garra,
O sonho de um pedaço de chão.
É muita terra na mão de poucos,
E sem ela o povo não tem o que comer.
Aonde esta o direito a terra?
Terra mãe pro jovem viver.

No movimento contra as barragens
Queremos evitar desgraças no futuro
E aos pequenos agricultores neste caso
não existe a lei do seguro
afogam as terras nas águas
deixando sem terra os brasileiros
a intenção é mão de obra barata
e energia elétrica pros estrangeiros.

Junto ao movimento das mulheres
O novo vamos construído
Quebrando o velho tabu
E acabando com o machismo
Na busca por liberdade e respeito
Uma vida digna ela quer
Ter seus próprios documentos
E o direito de ser mulher.

Integrado a pastoral da saúde
Prevenimo-nos das doenças
Se cair em um hospital
Pode abrir a falência.
Se morrer no pronto socorro
Você não será o primeiro
Muitos jovens perderam a vida
Por que não tinham dinheiro.

Somos jovens no coletivo,
Procurando as alternativas.
Com venda direta ao consumidor,
Desviando certas cooperativas.
Aos nossos poderes públicos,
Mais incentivo exigimos.
Queremos garantir o nosso ganho,
Pois, somos nós que produzimos.

É na pastoral da juventude,
Que construímos nossa cidadania.
Nas tantas lutas travadas,
Pra ver a liberdade um dia.
E pra ser jovem não tem idade,
O importa é ter coração.
Saber amar e ser sujeito,
Na causa da libertação.

Na memória de cada jovem,
Ficou gravado um arquivo.
A marca da grande historia,
Rumo ao nosso objetivo.
Valorizar o povo e sua cultura,
O talento e a criatividade.
Os 10 anos de festival,
É um sonho que tornou-se realidade.

Clairton Buffon
1º lugar no 10 festival da canção da Pastoral da Juventude de Quilombo em Novembro de 1996.

@= A "história" da História

Dizem que a verdadeira “historia” da Historia, é a “historia” registrada na “historia” da Historia!
E, é esta “historia” da Historia que é contada pra nós, como se fosse na Historia a única “historia” que fez “historia” em toda a Historia!
Eu vou contar uma HISTORIA pra vocês, que é a HISTORIA da verdadeira Historia, e o por que? Que, devemos questionar esta “historia” contada como, se fosse a “historia” absoluta da “historia” e de toda a Historia!
Não há “historia” na Historia que tenha um começo na História, e também não há “historia” que na Historia termina como Historia. Toda a Historia é uma HISTORIA só, pois, a Historia não é composta de frações de “historia”, não termina uma “historia” para começar outra “historia” na HISToria.
Mas sim, são todos período na História em que o fato Histórico ou seja o objeto das duas HISTorias que influencia na “historia” daquele momento, esta no auge Histórico da disputa de suas histORIA.
Pois, teve momentos da Historia em que, nem todos que fizeram “historia”, a HISTORIA deles foi registrada na “historia” como protagonistas da Historia da referida “historia”!
Estou falando da “historia” que não faz “historia” sozinha, pois a cada momento da Historia que fica na “historia”, teve duas HISTorias em disputa fazendo uma outra histORIA ficar na Historia! E assim é feita a Historia! Entra na Historia as contradições da Historia que cada HISToria almeja construir a sua histORIA dentro da Historia!
E é nesta contradição das duas Historia, que a “historia” das duas HISTorias entram em conflito, e cada histORIA luta para influenciar na Historia, construindo a sua HISToria na historia do momento, em que entra pra histORIA por toda a HISTORIA!
Quando vocês verem a “historia”, observe que está registrado como “historia” só a “historia”’’ de um lado da Historia! E a “historia” sempre é contada pelos que venceram a “historia” na Historia!
Como uma “historia” pode ser Historia verdadeira! Se é uma “historia” incompleta na Historia? E o outro lado da HISTORIA? Não fizeram HISTORIA? Por serem derrotados na “historia”, não procuraram mudar a HISTORIA? Não fizeram HISTORIA? Não acreditavam em outra HISTORIA? Mesmo que a sua HISTORIA foi derrotada, eles não tinham outra HISTORIA projetada?
Só fica na Historia quem é capaz de fazer HISTORIA num determinado momento da Historia, e pra fazer a HISTORIA acontecer, deve-se conhecer toda a “historia” da Historia! Pois quem conhece a “historia”, domina a Historia! E dominando a “historia” tem a capacidade de influenciar na historia!
Influenciando na “historia” da Historia, muda o rumo desta “historia”, no qual a “historia” que tem seu percurso Histórico mudado pela própria HISTORIA, é mais uma HISTORIA dentro da própria Historia! Que na HISTORIA ficara gravada como Historia, por toda a História.
Assim toda a HISTORIA que fez parte da Historia, ela é conseqüência de cada momento da Historia! E só a HISTORIA de toda a Historia poderá nos trazer todo o conhecimento Histórico, para fazermos a HISTORIA acontecer como Historia, sendo esta Historia a verdadeira HISTORIA que ficará como memória da História como Historia.
Se você gostou da minha HISTORIA e quiser entrar para a Historia! Vem pra HISTORIA construir HISTORIA! Sozinho ninguém faz HISTORIA! E pra não ser cobrado pela Historia, construa tua própria HISTORIA! Assim você será HISTORIA da HISTORIA por toda a Historia!
E com essa HISTORIA de HISTorias termino aqui a minha HISTORIA contada de toda a HISTORIA que esta na Historia! Eu tenho feito minha História na História, e aqui deixo pra História parte da minha HISTÒRIA. E aqui sigo no História construindo meu conceito de HISTÓRIA para a História! ...de tanta histORIAS que escrevi sobre a Historia bati o recorde de HISTorias numa única HISTORIA. Venham pra História e façam HISTORIA e boa HISTORIA na nossa HISTORIA...

Clairton Buffon, Campos Novos, 13 de Janeiro de 2010

@= A Guerra e a Paixão

Em uma guerra são treinados milhares de soldados preparando-os fisicamente e emocionalmente.
E na batalha de uma paixão, basta um coração meigo, aberto e frágil...
Para planejar a estratégica de uma guerra, é preciso ODIAR.
Já para um paixão, basta AMAR.
O objetivo de uma guerra é matar, destruir, liquidar...
Uma grande paixão é conquistar, construir, se aproximar...
Na guerra é usado metralhadoras, tanques, aviões...
Na paixão flores, palavras e atenção...
Em uma situação lança-se balas, mísseis e bombas...
Na outra, perfume, delicadeza e sedução...
Quando se ganha uma batalha na guerra, é preciso reconstruir aquilo que você mesmo destruiu.
E na batalha da paixão, basta desfrutar daquilo que você construiu!
A tática da guerra é o ataque repentino surpreendendo o inimigo.
Já na paixão, é seduzir para que o alvo perceba sua presença!
Uma guerra...destrói estruturas, sonhos e vidas...
Agora, uma paixão percorre o caminho inverso...
Em uma guerra se invade o espaço alheio sem respeita-lo...
Já na paixão se conquista o espaço respeitando e ganhando o respeito!
Na vitória da guerra quem comemora é um lado.
Na paixão ambos são vitoriosos comemoradores...
No triunfo da guerra resta tristezas, dor e lagrimas...
E no triunfo da paixão AMOR, CARINHO e ALEGRIA...
Clairton Buffon, Chapecó, 12 de Junho de 2008

@= 25 Anos do MST

Parecia ser apenas, o fim de uma jornada, Vales, serras, matas e estradas,
Aos poucos um manto negro escondia, assim ninguém nos via naquela noite movimentada.
Na varanda barulho da canga, E o carro de boi se movia,
Por traz da luz do lampião, quase apagando, Em varias bolsas a mamãe guardando!
A panela preta, bacia furada, pratos na madeira cavada!
O galo as duas galinha amarada, o radio e a chapa quebrada
Na mala de garupa, a banha, arroz, feijão! A cuia, o violão, na bainha o facão!
Lembrei então da minha peteca, bola boneca de pano amarado!
O velho cobertor em trapo remendado! colchão rasgado no qual nós dormia.
E o pelego que nos aquecia, Naquela madrugada fria! que deixamos o patrão e a sua morada!
A foice, martelo, machado e as duas enxadas, eram tudo que nos possuía.
O silencio da noite foi quebrado, começa então uma correria.
Seguimos pela estrada igual fugitivos e eu sem saber o que acontecia.
Juntamo-nos com outras pessoas, que o mesmo destino elas seguia.
O ronco de vários motores, vai e vem de pessoas e muita gritaria.
Eu estava bastante assustado, mas percebi que era de alegria.
Entre as tralhas que carregavam! nos caminhões um a um se acomodava,
Depois da viagem longa e sofrida, numa interminada e acentuada decida.
Olhando pros lados nada enxergava! de repente um clarão, ilumina a madrugada.
Novamente começa a correria, Agora! de socorro era a gritaria!
Algumas mulheres ousadas, Quebraram varias ramadas.
As chamas do fogo apagadas, os jagunços nesta hora fugia!
Um cordão humano formado, juntos fizemos a travessia!
Chegando ao local desejado, uma cerca de arame farpado, chegar á terra nos impedia!
Em 1985, 25 de maio era o dia, foi a data que a terra nos acolhia,
O sol espiando sorria, e um povo aguerrido o vento aplaudia.
E foi! no tinido do facão, romper as cercas caindo no chão,
Nasce um novo embrião, o MST! Nossa organização!
Lutando por terra, trabalho e pão! Moradia, saúde e educação!
Misturando a terra com gente, nos tornamos autônomos e independentes,
Somos homens mulheres e crianças, com os mesmos ideais, sonhos e esperança.
Enfrentando preconceito, medos e tensão, frio, fome, despejo, repressão.
Depois da terra conquistada, organizamos nossa morada e tiramos o sustento do chão.
Aos poucos fomos crescendo, com nós mesmos aprendendo, que precisamos ter unidade!
Só a terra não é o bastante, formar escolas e militante, massificar a luta do campo pra cidade.
Cultivamos a agricultura, e junto uma nova cultura, de sermos gratos, em relação com a terra.
Queremos garantir a comida, agroindústria é uma alternativa, e faremos o florir da primavera.
Nosso produto não é mercadoria! É o pão do nosso pão do dia a dia! Não queremos especular.
A Reforma Agrária é a certeza, colocar o pão em todas as mesas, sem a ganância de acumular.
Ao longo de nossa historia, muitas derrotas e vitorias, nunca deixamos de ter lutado.
Muitos lutadores pra traz ficaram, uns desanimados, outros pelo latifúndio assassinado.
Deles, lembranças presentes estão, nos hinos, marchas, poesias e canções,
Essa é a honesta e sincera homenagem, á este povo de coragem da nossa organização!
Um recado pra burguesia, que achavam que nós, não resistia tamanha perseguição!
Estamos aqui pra comemora, e muitos outros, 25 anos virá! Por varias das geração.
Se preciso for, com a vida pagaremos, mas um dia consolidaremos, a sonhada Revolução!!!

Clairton Buffon, Chapecó,14 de Novembro de 2009

terça-feira, 16 de março de 2010

@= Filhos da Luta

Quando a semente na terra é lançada
Pra germinar é preciso ser regada
O tempo é o alimento pra ela frutificar
Com muito carinho e cuidado
O chão, por nós é cultivado
Na certeza de um dia ceifar.


Assim os Sem Terrinhas nasceram
O acampamento é canteiro
Em forjar lutadores de verdade.
Paulo Freire é nossa fonte
Olhando sempre para o horizonte
Aprender na cartilha da realidade.


O campo é a nossa raiz
Estudar, brincar, lutar e ser feliz
Construindo nossa identidade
Da terra tiramos nosso sustento
Por isso enfrentamos o acampamento
O maior aprendizado de todas faculdades.







Depois que a terra é nossa
Precisamos fazer nossa roça
Trabalhar e viver com dignidade
Escolas, parquinhos e cirandas
Rios, florestas e uma casa com varanda
E o direito de viver em Comunidade.


Somos baixinhos em estatura
Pois nós! Ninguém mais segura
Queremos a reforma agrária
Podemos não ser-mos tão cultos
Mas nossos compromissos são de adultos
E seguidores de Che Guevara.


Celebramos as nossas glorias.
Sem sermos cobrados pela historia
Pois, não somos acomodados.
Fermentaremos o levante do povo
Construir um projeto novo
Pois não serve a atual estrutura do estado.

Somos pequenos de idade
Mas gigantes com unidade
Com disciplina e determinação.
Praticamos a solidariedade
Ser humildes e a honestidade
Alicerceis da nossa organização.

Somos filhos da lona preta
Avisamos que ninguém se inventa
Não atender ou negar nossos direitos.
Somos pequenos, mas com garra!
Faremos cumprir na marra
Se não tiver outro jeito!



Não queremos do abandono nossa casinha
Da descriminação, nossa madrinha
E a solidão, ser nossa luz acesa.
Rejeitamos, ruas ser nossas escolas
Humilhações, preconceitos e esmolas,
Ser o pão diário, para nossas mesas.

Recusamos, a violência de catecismo
Fazer das lagrimas, nosso batismo
E da fome, o nosso cotidiano.
Pelas periferias sermos adotados
Com a miséria sermos casados
Por sermos paridos por este sistema.

Nascemos das necessidades
No berço das desigualdades
E somos filhos da exclusão.
Amamentados pelas incertezas
Acolhidos nos braços da pobreza
E registrados em nome da exploração.

Fizemos da luta diária nossa a escola
O pão é o diploma, a esperança a sacola,
E o enfrentamento nossa universidade.
A terra é a nossa loza pra escrever,
Da solidariedade aprendemos a aprender,
E graduados pela mesma igualdade.

Escrevemos com praticas e ações
Desenhamos em marchas cordões
Soletrando nas paginas da sociedade.
Escola da vida é o livro e a leitura
E no dia da nossa formatura
Festejaremos o triunfo da liberdade.

Somos novos em nossas vidas
Sem Terrinhas aguerridas
Já estamos em prontidão!
Decidimos não ficar calados
Pois, só o povo organizado
Fará a transformação...


Queremos a nossa terra
E com nosso grito de guerra
Seguimos todos em fileira.
Bandeira, bandeira, bandeira Vermelhinha!
Educação do Campo á todos Sem Terrinhas!!!

Clairton Buffon,
Campos Novos 06 de Janeiro de 2010