Pra germinar é preciso ser regada
O tempo é o alimento pra ela frutificar
Com muito carinho e cuidado
O chão, por nós é cultivado
Na certeza de um dia ceifar.
Assim os Sem Terrinhas nasceram
O acampamento é canteiro
Em forjar lutadores de verdade.
Paulo Freire é nossa fonte
Olhando sempre para o horizonte
Aprender na cartilha da realidade.
Estudar, brincar, lutar e ser feliz
Construindo nossa identidade
Da terra tiramos nosso sustento
Por isso enfrentamos o acampamento
O maior aprendizado de todas faculdades.
Precisamos fazer nossa roça
Trabalhar e viver com dignidade
Escolas, parquinhos e cirandas
Rios, florestas e uma casa com varanda
E o direito de viver em Comunidade.
Somos baixinhos em estatura
Pois nós! Ninguém mais segura
Queremos a reforma agrária
Podemos não ser-mos tão cultos
E seguidores de Che Guevara.
Celebramos as nossas glorias.
Sem sermos cobrados pela historia
Pois, não somos acomodados.
Fermentaremos o levante do povo
Construir um projeto novo
Pois não serve a atual estrutura do estado.
Mas gigantes com unidade
Com disciplina e determinação.
Praticamos a solidariedade
Ser humildes e a honestidade
Alicerceis da nossa organização.
Somos filhos da lona preta
Não atender ou negar nossos direitos.
Somos pequenos, mas com garra!
Faremos cumprir na marra
Se não tiver outro jeito!
Da descriminação, nossa madrinha
E a solidão, ser nossa luz acesa.
Rejeitamos, ruas ser nossas escolas
Humilhações, preconceitos e esmolas,
Ser o pão diário, para nossas mesas.
Recusamos, a violência de catecismo
E da fome, o nosso cotidiano.
Pelas periferias sermos adotados
Com a miséria sermos casados
Por sermos paridos por este sistema.
No berço das desigualdades
E somos filhos da exclusão.
Amamentados pelas incertezas
Acolhidos nos braços da pobreza
E registrados em nome da exploração.
O pão é o diploma, a esperança a sacola,
E o enfrentamento nossa universidade.
A terra é a nossa loza pra escrever,
Da solidariedade aprendemos a aprender,
E graduados pela mesma igualdade.
Escrevemos com praticas e ações
Desenhamos em marchas cordões
Soletrando nas paginas da sociedade.
Escola da vida é o livro e a leitura
E no dia da nossa formatura
Festejaremos o triunfo da liberdade.
Sem Terrinhas aguerridas
Já estamos em prontidão!
Decidimos não ficar calados
Pois, só o povo organizado
Fará a transformação...
E com nosso grito de guerra
Seguimos todos em fileira.
Bandeira, bandeira, bandeira Vermelhinha!
Educação do Campo á todos Sem Terrinhas!!!
Clairton Buffon,
Campos Novos 06 de Janeiro de 2010
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ResponderExcluirBrilhante e inspirador!
Martha Guimarães
xxsowhatxx@hotmail.com
29/08/2010
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ResponderExcluirN ossa cara..... até q enfim alguém sai da rotina de poesias romanticas, e parte para um assunto até então escondido pelos grandes.
Parabéns e obrigado por nos fazer refletirmos.
abraçooo.
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Digo
rodrigo.buffon@hotmail.com
29/08/2010
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ResponderExcluirAmigo poeta da terra, suas poesias são de um carater extremamente encantador,explendido, estudando e analizando criticamente nossa sociedade ambisioza que põe o dinheiro acima da vida humana, me diexa muito feliz termos pessoas como vc, que transmite atraves da poesia as injustiças decorrentes do capitalismo em nossa vida cotidiana...
abss...
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jhonatan luis
jhoni.sc@hotmail.com
28/08/2010
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ResponderExcluirBoa noite, prezado amigo, Poetadaterra! Você tem um grande amor no coração... A igualdade de oportunidade (socialismo) corre em suas veias; transportada por todas as belezas contidas numa alma poética! Parabéns!!! Boa noite! Abraços... Fique com Deus!
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Luan Silva
luansilva.escritordaalma@hotmail.com
28/08/2010
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ResponderExcluirCaro poeta sei bem do que este poema quer dizer. Os versos são um convite a refletirmos sobre a penúrias por que passam nossas crianças nos acampamentos dos nossos menos favorecidos por conta dos (latifundiários) super favorecidos quase sempre de forma ilegal e criminosa. O que nos dá algum alento é que existem alguns assentamentos que estão dando certo. Conheci um no município de (Tangará da Serra) (MT) onde há escolas, água encanada, igrejas e posto de saúde, ainda não é o ideal, todavia já é um grande começo. Parabéns poeta pela coragem e o discernimento de nos convidar com os seus poemas a tomar mais consciência sobre os problemas da terra que infelizmente em nosso país ainda é muito mal distribuída. Meus sinceros aplausos.
J.A.Botacini.
Zezinho.
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Jose Aparecido Botacini
ze-botacini@hotmail.com
27/08/2010