Seja Benvindo ao Blog do Poetadaterra Poeta e Compositor; Clairton Buffon

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Fotos Assentammento 30 de Outubro Campos Novos- SC. Reforma Agrária também é beleza, é Natureza...

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Local que Clairton Buffon é assentado

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Sempre terá o novo amanhecer. Observe ele está no horizonte! Sonhe, acredite, lute, conquiste, mude

Sempre terá o novo amanhecer. Observe ele está no horizonte! Sonhe, acredite, lute, conquiste, mude
O amanhâ pertence a quem faz o novo amanhecer acontecer, disperta, levanta vai faça tua nova alvorada, ela será mais linda que as trevas

Ocupação do MST-SC nas terra da União cedidas ao exército em Papanduvas 15 de Abril de 2007



Quem e quais intereses o estado defende???

Impunidade... Carajás até quando???

Impunidade... Carajás até quando???
Fruto do capitalismo...sonho e vidas interompidas...

Querer trabalhar é crime! Matar a fome..homicidio é culpado!! Lutar pela Vida, o preço é a morte!!!

Querer trabalhar é crime! Matar a fome..homicidio é culpado!! Lutar pela Vida, o preço é a morte!!!
Impunidade até quando??? No dia 17 de Abril de 1996, 19 Sem Terras são Assassinados em Eldorado dos Carajás pela Policia no Estado Pará

terça-feira, 6 de abril de 2010

@ = LEMBRANÇAS VIVIDAS, LEMBRANÇAS SONHADAS, LEMBRANÇAS DESTRUIDAS, LEMBRANÇAS LEMBRADAS

Passado vinte e três anos, que sai deste lugar,
Pra lembrar da minha infância, voltei lá passear.
No caminho imaginando, tudo igual ali encontrar,
Aquela mata fechada, de bodoque sempre caçar.
E no fundo do potreiro, todos os sábados pescar,
Entre pedras e barranco, nas tocas com a mão pegar,
Tinha peixe em abundancia, era só no rio buscar,
Os animais selvagens e pássaros, na algazarra cantar.

De volta pra minha terra, ao longo daquele caminho,
Só enxergava taperas, no lugar que tinha os vizinhos,
O pomar que o pai plantou, as parreiras que dava vinho,
Cortaram todos os pinheiros que dava presépio e pinho.
Tiraram o paiol e o curral, nem se quer avistei o terreiro,
Varanda engenho de madeira, forno de barro e galinheiro,
La estava cheio de bois, não eram os mesmos terneiros.
Só ainda não tiraram dali, a serra que tem no potreiro.

No local que tinha a casa, a escada estava ali,
Sentado nela e recordando, dos bons tempos de guri.
Embaixo dela a mão do pilão e o eixo do carrinho eu vi,
De tristeza estava delirando, a voz do radio grande ouvi.
No lugar do milho, só capim! Sai andando pra disfarçar,
Da gamela e do pelego, num pedaço fui tropeçar,
O pé esquerdo do sapato de quando fui me crismar,
E o crânio do velho pitoco foi só o que dele restou lá.

Meu Deus quanta tristeza, porque lá eu fui voltar,
Antes eu vivia em sonho, agora não posso mais imaginar.
Aonde a mata nativa, que a lenha nós ia buscar,
Quando cheguei no rio, correndo o poço fui procurar.
Ao pular dentro do córrego, de tristeza me pus chorar,
A pedra que escondia os peixes, encima dela fui sentar.
No lugar que eu mergulhava, mal os pés deu pra molhar,
Sol quente e nem arvore, pra mim na sombra descansar.

Não vi mais o pé de açoita, nem o cipó pra balançar,
Em que todo o ano dentro dele, o periquito vinha criar,
O pé de cedro onde cantava a juriti e o sabiá,
As pitangas e guabirobas, o areticú foram cortar,
A canoa só na lembrança, os lambaris e os jundiás,
Cascudo boca de fogo, o veado e o lobo guará,
Mão pelada e capivara, lebre, quati e o gambá,
O quero-quero resistido, ficou sozinho a cantar.

Eucalipto e pinus, na lagoa e na fonte foram plantar,
Matou a terra, secou a água, nem um gole pra mim tomar.
No lugar que tinha a capela, só o sêpo do sino tinha lá,
A escola e o campinho, nem o caminho que eu ia estudar.
O rodado do carro de boi, dentro da sanga tava jogado,
Derrubaram o muro de pedra, e o bananal foi arrancado,
Num palanque cabo do lampião e o machado cravado,
Matadaram a natureza, e com a biodiversidade exterminado.

Nada aqui eu pude ver, de tudo o que vivi na infância,
Eliminaram o meu viver, o meu sonho de criança,
É uma historia destruída, que ficará só na lembrança,
Meu paraíso foi extinto, pela maldita ganância.
Quero que fiquem sabendo, porque estou revoltado,
É um verdadeiro deserto, se pudesse voltava o passado,
Os belos fatos da vida, só ficarão registrados,
Por que eu resolvi escrever, estes meus versos rimados.

Clairto Buffon, Chapecó, 04 de Abril de 2010.http://poetadaterra.blogspot.com/

@ = PROTAGOSNISTAS DA SUA HISTÓRIA

No entardecer do dia oito de junho,
Meu coração ficou muito abalado.
As condições e incertezas que eu tinha,
Ver os filhos sair do nosso lado,
Sem saber pra onde estavam indo,
E no caminho o que tem encontrado,
Em busca de conquistar a terra
E ter um dia o sonho realizado.

Ficamos só nos dois velhinhos
E rezando os dois nós chorava,
Com fé pra iluminar o caminho
E que Deus eles acompanhava.
Numa forma que eram bandidos
Na TV nossos filhos eu enxergava,
Num lugar muito longe daqui
Um latifúndio os Sem terra ocupava.

Conhecendo os filhos que nós temos
No trabalho honesto e muito honrado,
Somos pobres com dignidade
Nem se quer uma agulha roubado.
Ver por cães, cavalos e policiais
Nossos filhos e demais estar cercados,
Com armas bombas e helicóptero
Igual marginais dali foram tirados.

Minha vida lembrei num momento
E de tudo que temos trabalhado,
O incerto futuro pros filhos
Pelo patrão sempre fomos explorado.
Comecei então me questionar
O fazendeiro um cara conservado,
Os que trabalham nunca tem nada
E eles vivem dos que tem trabalhado.

Começa aqui minha revolta
E percebi o que não tinha enxergado,
Os que exploram e fazem injustiças
Ainda tem proteção do estado.
Querer trabalhar hoje é crime
Matar a fome homicídio é culpado.
A lei só existe pra pobre
E a justiça o rico tem comprado.

Muita terra e industrias concentradas
Carro de luxo e dinheiro guardado,
Vários prédios nos centros urbanos
Casa na praia e viver sossegado.
Só viajam pra outros países
E um jatinho pra andar nos feriados,
E os filhos estudam no exterior
E aqui por eles só é desprezado.

Nosso direito de viver na terra
Pela justiça igual crime é tratado,
Matar a gente eles é de direito
A propriedade que os tem é blindado.
O capital vale mais que humanos
Não importa se o pobre morrer,
Qualquer pai viraria um feroz
Para os filhos te o pão pra comer.

O dia que o pobre se levanta
Pra vocês vou deixar o recado,
Não subestimem a capacidade
Do povo quando organizado.
Tomaremos o que é de direito
Onde tudo é democratizado,
O Povo tomará o poder,
Destruindo a Estrutura do Estado.

Clairton Buffon, Chapecó, 27 de Março de 2010. http://poetadaterra.blogspot.com/