escutem o que eu vou dizer,
pois chegou a minha vez,
lhe peço vossa benção.
Quando eu criança,
Me carregavam nos braços
estou seguindo seus passos,
nesta nova ocupação.
Estampado no rosto,
Vejo as marcas do tempo,
Cicatrizes de dor e sofrimento
Repartir a safra com o patrão.
Depois de um ano trabalhado,
Os frutos da terra eram colhidos,
E a metade dividido,
Era tirado do nosso pão.
Vagas lembranças carrego,
Que partimos pela estrada,
E já era alta madrugada
Pra não sermos observados.
Ao passar pela porteira,
Mamãe pega a chorar,
Ali começa a se libertar,
De muito anos explorados.
A nossa única sacola,
a levarei de herança,
Que me traz tristes lembranças,
Dos despejos que sofremos.
O zíper e as alças,
já está toda quebrada,
Por ter sido jogada
Pela repressão malvada.
Tenho um colchão,
com a capa rasgada
a lona preta uma enxada,
Panelas e um facão.
O meu violão,
pra animar nossa jornada,
E uma chapa enferrujada,
Que será o meu fogão.
Vejo Homens e Mulheres,
Jovens, Idosos e Crianças,
Com a mesma confiança,
Seguindo uma só trilha.
Queremos a terra,
pra colher o nosso pão,
saúde e educação,
E o sonho da partilha.
Neste latifúndio,
Vejo a terra abandonada,
e com arame cercada,
É a propriedade privada.
A minha revolta,
é difícil de expressar,
ainda iremos conquistar,
A real Reforma Agrária.
Tenho esperança um dia,
do povo se organizar,
E junto iremos chegar,
Na nova sociedade.
O nosso projeto,
além de conquistar a terra,
Não precisa fazer guerra,
Pra ter a mesma igualdade.
Clairton Buffon, Chapeco SC, 17 de janeiro de 2010.
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Este trabalho é um acumulo de conhecimento coletivo no qual apenas dedico parte do meu tempo para dezenhar atravéz de codigos a historia dos bravos LUTADORES da TERRA e pela TERRA, numa forma mais gostosa de ler estas realidades...
Um forte abraço e sintam-se parte desta construção.
Claiton