Parecia ser apenas, o fim de uma jornada, Vales, serras, matas e estradas,
Aos poucos um manto negro escondia, assim ninguém nos via naquela noite movimentada.
Na varanda barulho da canga, E o carro de boi se movia,
Por traz da luz do lampião, quase apagando, Em varias bolsas a mamãe guardando!
A panela preta, bacia furada, pratos na madeira cavada!
O galo as duas galinha amarada, o radio e a chapa quebrada
Na mala de garupa, a banha, arroz, feijão! A cuia, o violão, na bainha o facão!
Lembrei então da minha peteca, bola boneca de pano amarado!
O velho cobertor em trapo remendado! colchão rasgado no qual nós dormia.
E o pelego que nos aquecia, Naquela madrugada fria! que deixamos o patrão e a sua morada!
A foice, martelo, machado e as duas enxadas, eram tudo que nos possuía.
O silencio da noite foi quebrado, começa então uma correria.
Seguimos pela estrada igual fugitivos e eu sem saber o que acontecia.
Juntamo-nos com outras pessoas, que o mesmo destino elas seguia.
O ronco de vários motores, vai e vem de pessoas e muita gritaria.
Eu estava bastante assustado, mas percebi que era de alegria.
Entre as tralhas que carregavam! nos caminhões um a um se acomodava,
Depois da viagem longa e sofrida, numa interminada e acentuada decida.
Olhando pros lados nada enxergava! de repente um clarão, ilumina a madrugada.
Novamente começa a correria, Agora! de socorro era a gritaria!
Algumas mulheres ousadas, Quebraram varias ramadas.
As chamas do fogo apagadas, os jagunços nesta hora fugia!
Um cordão humano formado, juntos fizemos a travessia!
Chegando ao local desejado, uma cerca de arame farpado, chegar á terra nos impedia!
Em 1985, 25 de maio era o dia, foi a data que a terra nos acolhia,
O sol espiando sorria, e um povo aguerrido o vento aplaudia.
E foi! no tinido do facão, romper as cercas caindo no chão,
Nasce um novo embrião, o MST! Nossa organização!
Lutando por terra, trabalho e pão! Moradia, saúde e educação!
Misturando a terra com gente, nos tornamos autônomos e independentes,
Somos homens mulheres e crianças, com os mesmos ideais, sonhos e esperança.
Enfrentando preconceito, medos e tensão, frio, fome, despejo, repressão.
Depois da terra conquistada, organizamos nossa morada e tiramos o sustento do chão.
Aos poucos fomos crescendo, com nós mesmos aprendendo, que precisamos ter unidade!
Só a terra não é o bastante, formar escolas e militante, massificar a luta do campo pra cidade.
Cultivamos a agricultura, e junto uma nova cultura, de sermos gratos, em relação com a terra.
Queremos garantir a comida, agroindústria é uma alternativa, e faremos o florir da primavera.
Nosso produto não é mercadoria! É o pão do nosso pão do dia a dia! Não queremos especular.
A Reforma Agrária é a certeza, colocar o pão em todas as mesas, sem a ganância de acumular.
Ao longo de nossa historia, muitas derrotas e vitorias, nunca deixamos de ter lutado.
Muitos lutadores pra traz ficaram, uns desanimados, outros pelo latifúndio assassinado.
Deles, lembranças presentes estão, nos hinos, marchas, poesias e canções,
Essa é a honesta e sincera homenagem, á este povo de coragem da nossa organização!
Um recado pra burguesia, que achavam que nós, não resistia tamanha perseguição!
Estamos aqui pra comemora, e muitos outros, 25 anos virá! Por varias das geração.
Se preciso for, com a vida pagaremos, mas um dia consolidaremos, a sonhada Revolução!!!
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Este trabalho é um acumulo de conhecimento coletivo no qual apenas dedico parte do meu tempo para dezenhar atravéz de codigos a historia dos bravos LUTADORES da TERRA e pela TERRA, numa forma mais gostosa de ler estas realidades...
Um forte abraço e sintam-se parte desta construção.
Claiton