No entardecer do dia oito de junho,
Meu coração ficou muito abalado.
As condições e incertezas que eu tinha,
Ver os filhos sair do nosso lado,
Sem saber pra onde estavam indo,
E no caminho o que tem encontrado,
Em busca de conquistar a terra
E ter um dia o sonho realizado.
Ficamos só nos dois velhinhos
E rezando os dois nós chorava,
Com fé pra iluminar o caminho
E que Deus eles acompanhava.
Numa forma que eram bandidos
Na TV nossos filhos eu enxergava,
Num lugar muito longe daqui
Um latifúndio os Sem terra ocupava.
Conhecendo os filhos que nós temos
No trabalho honesto e muito honrado,
Somos pobres com dignidade
Nem se quer uma agulha roubado.
Ver por cães, cavalos e policiais
Nossos filhos e demais estar cercados,
Com armas bombas e helicóptero
Igual marginais dali foram tirados.
Minha vida lembrei num momento
E de tudo que temos trabalhado,
O incerto futuro pros filhos
Pelo patrão sempre fomos explorado.
Comecei então me questionar
O fazendeiro um cara conservado,
Os que trabalham nunca tem nada
E eles vivem dos que tem trabalhado.
Começa aqui minha revolta
E percebi o que não tinha enxergado,
Os que exploram e fazem injustiças
Ainda tem proteção do estado.
Querer trabalhar hoje é crime
Matar a fome homicídio é culpado.
A lei só existe pra pobre
E a justiça o rico tem comprado.
Muita terra e industrias concentradas
Carro de luxo e dinheiro guardado,
Vários prédios nos centros urbanos
Casa na praia e viver sossegado.
Só viajam pra outros países
E um jatinho pra andar nos feriados,
E os filhos estudam no exterior
E aqui por eles só é desprezado.
Nosso direito de viver na terra
Pela justiça igual crime é tratado,
Matar a gente eles é de direito
A propriedade que os tem é blindado.
O capital vale mais que humanos
Não importa se o pobre morrer,
Qualquer pai viraria um feroz
Para os filhos te o pão pra comer.
O dia que o pobre se levanta
Pra vocês vou deixar o recado,
Não subestimem a capacidade
Do povo quando organizado.
Tomaremos o que é de direito
Onde tudo é democratizado,
O Povo tomará o poder,
Destruindo a Estrutura do Estado.
Clairton Buffon, Chapecó, 27 de Março de 2010. http://poetadaterra.blogspot.com/
Querer trabalhar é crime! Matar a fome..homicidio é culpado!! Lutar pela Vida, o preço é a morte!!!
terça-feira, 6 de abril de 2010
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Este trabalho é um acumulo de conhecimento coletivo no qual apenas dedico parte do meu tempo para dezenhar atravéz de codigos a historia dos bravos LUTADORES da TERRA e pela TERRA, numa forma mais gostosa de ler estas realidades...
Um forte abraço e sintam-se parte desta construção.
Claiton